Pois, por ti, tão cansada trago a voz, como os pés de caminhar.”
Para lá do reino;
Ouvi cantar os lobos,
Sobre um céu pintado a mágoa…
Vi chorar a Lua,
Ao ver o seu reflexo na água…
Escutei, quando o vento me sussurrou,
Lendas de outrora…
Fábulas que só as florestas conhecem…
Sobre deuses que são demónios agora…
Estrelas que caíram em desgraça…
Por pura vaidade…
Perderam os Céus…
E com, eles, a Liberdade…
Vagueei…
Pelas ruas de cada cidade…
Fiz-me velho,
Em tão tenra mocidade…
Vi milhares de vidas,
A nascer e a partir…
Embalado pelos sons de tantas brigas,
Perdi quase toda a vontade de sorrir.
Em busca de alento para o meu pranto,
Percorri o mundo…
Cai tanto…
Quando julguei que não podia ir mais fundo…
“Escuta, então, oh, Princesa, mais histórias amanhã terei para contar.
Embala-me agora em teus braços… É por eles que continuo a respirar.”

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