Quer-me parecer que foi ontem…
(Os olhos fecham-se…e o lugar onde me encontro já não o é mesmo quando se abrem.)
A relva reveste-se de orvalho matinal…
Em meio a pensamentos de criança, longe das preocupações dos adultos, julgo-a de uma beleza quase infinita, sem igual…Da terra emana o cheiro a lama molhada…Agradável…
A visão poisa então numa andorinha, deixando-se descansar, numa serenidade memorável.
Como a invejo, numa inveja tão de digna de menino.
Tivesse eu asas para voar e o horizonte como destino, doce andorinha… viajaria pelo mundo, sem nunca parar, sem nunca olhar para trás..
Que inveja me faz.
Caminho pelo sonhar.
De paisagens tão conhecidas por mim, Morpheus abre-me as portas do seu reino, aberto a todos os que queiram dar entrada. Nele não há descriminações ou preconceitos.
E, nos seus jardins, muitos fazem morada.
Oiço a tua voz…
Não posso evitar as lágrimas que me percorrem o coração.
De Saudade, meu velho e único amigo, é feita a minha oração, Tantos anos se passaram. Envelhecemos tanto. Morremos tantas vezes.
Conheço hoje a tua mágoa..Lamento nunca ter ouvido as tuas preces.
Julgamos nos fortes, ao manter o véu de silêncio que nos cega…
Amaldiçoamos a Vida, e tudo o que ela nos nega.
Julgamos ter tempo, e que há palavras que não precisam de ser ditas para serem sentidas.
Tanto orgulho…tantos medos. Tantas mentiras.
O tempo corre…esta a é verdade que aprendi.
Acabamos por nunca dizer o quão importante é alguém para nós na realidade.
E, quando a coragem chega, aí, já é tarde.

Sem comentários:
Enviar um comentário