domingo, 21 de julho de 2013

No som das gaivotas. Divago.



Estou sentado.
Perante mim, uma estrada que se perde da vista.
Estou calmo.
Espero. O Vento, meu eterno companheiro de viagem, vai-se aproximando a passo lento. E eu…
Espero. O Caminho.
Aguardo, por centenas de anos, quer-me parecer, (um tormento à minha alma de peregrino).

Eu…espero…
Pelas árvores e no canto pássaros, ele anuncia a sua aproximação… Tarde, como sempre chega.
Tarde. A passo lesto.
Mas vem, como sempre vem.
O meu companheiro nesta minha caminhada que não termina.
(Porque haveria?)
De outra forma que fosse, não o desejaria.
De desespero, a minha alma passa ao êxtase da expectativa de partir uma vez mais.
Não pertenço aqui… A nenhum lugar.
E, de toda a vez que paro pensar, para acalmar os meus pés que tanto caminharam, já o desejo de partir se apossou de mim.
Eu espero……
O meu coração treme de alegria, quando ele se aproxima…
O Vento, meu eterno companheiro de viagem.
Fecho os olhos.

Inalo a brisa com sempre me presenteia.
Aquela de mares longínquos e cantos de sereia.

Levanto-me…
Não mais estou aqui…
Além do Mar…
Estou no Sol… Na penugem das aves… No grasnar das gaivotas…
No azul dos céus e nos raios da mãe Lunar…
Milhares de quilômetros… percorridos como se nada fossem…
Outros milhares, ainda por vir…
 E sempre que paro para pensar, já os meus pés desejam partir.

No som das gaivotas. Divago.

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