terça-feira, 19 de novembro de 2013

Contradições e Paradoxo de Proporções Biblicas

"Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal!”
Genesis 3:22.

 Um dos grandes mistérios da Santa Igreja, e da assim intitulada Fé Cristã, onde Elhoim (DEUS me Hebraico, ou na tradução à letra, DEUSES), à data de expulsão de Adão e Eva, após o tão conhecido episódio novelesco de nome “Pecado Original”, que nada mais é, do que a obtenção do conhecimento da existência do bem e do mal, alude claramente a Outros como Ele.
Ora, se tomarmos em atenção, ao que explicam as Escrituras, os Anjos, não sendo feitos à imagem de Deus, rapidamente são excluídos da equação. 


Outra explicação, dada por estudiosos das já mencionada Escrituras, sejam elas na sua forma “original”, hebraica, ou na versão Novo e Velho Testamento, é a de que, nesta frase, Elohim, refere-se à Santa Trindade, (o Pai, o Filho, e o Espírito Santo, explicação esta que perde o sentido, tomando em conta que o Filho, só mais tarde aparecerá nas Escrituras, sendo assim, se entendermos a Bíblia dentro do contexto “real”, Moisés, o suposto escritor da Genesis, não tinha, à data, ainda conhecimento do FILHO, sendo então, para ele, impossível, traduzir as suas “visões”, como pertencentes à Santa Trindade.
Contudo, esta frase, mesmo assim, não prova concretamente que Deus falava com alguém, pois podemos entender que, não havendo outra forma de passar a ideia de que o homem, ao obter o poder de distinção entre bem e mal, torna-se assim, senhor das suas próprias decisões, Moisés adopta esta forma de expressão. Contudo, a própria mensagem, seja no plural, seja no singular, é, por si só, contraditória, visto que, aquando da Criação, Deus dá a Adão o Livre-arbítrio, privilégio que recusa aos próprios anjos, mas mesmo assim, permite-lhes a rebelião, o que viria a ser provado por Lúcifer.
Ora, como eu entendo, é necessário um acto de escolha, análise de uma situação, e balanceamento de prós e contras, para se haver uma rebelião. Sendo assim, como é possível que aos anjos Tenha dito que o Livre-arbítrio era apenas privilégio do Homem, (neste caso, Adão e Eva), quando claramente, não era?

Acredito piamente, que, entre os muitos paradoxos, e contradições de proporções gigantescas, que a Bíblia tem, mesmo quando completa com os Manuscritos do Mar-Morto, esta frase; “Um de Nós…”, é sem sombra de dúvida, uma das mais enigmáticas, devido à sua estranheza e clareza. Elhoim refere-se a outros como Ele, e por mais explicações que se dê, a frase continua a ter o mesmo contexto; “Nós.”

Miguel Vieira

19-11-2013 / 02:29

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