Estou
sentado.
Perante
mim, uma estrada que se perde da vista.
Estou
calmo.
Espero.
O Vento, meu eterno companheiro de viagem, vai-se aproximando a passo lento. E
eu…
Espero.
O Caminho.
Aguardo,
por centenas de anos, quer-me parecer, (um tormento à minha alma de peregrino).
Eu…espero…
Pelas
árvores e no canto pássaros, ele anuncia a sua aproximação… Tarde, como sempre
chega.
Tarde.
A passo lesto.
Mas
vem, como sempre vem.
O
meu companheiro nesta minha caminhada que não termina.
(Porque haveria?)
De
outra forma que fosse, não o desejaria.
De
desespero, a minha alma passa ao êxtase da expectativa de partir uma vez mais.
Não
pertenço aqui… A nenhum lugar.
E,
de toda a vez que paro pensar, para acalmar os meus pés que tanto caminharam,
já o desejo de partir se apossou de mim.
Eu espero……
O
meu coração treme de alegria, quando ele se aproxima…
O
Vento, meu eterno companheiro de viagem.
Fecho
os olhos.
Inalo
a brisa com sempre me presenteia.
Aquela
de mares longínquos e cantos de sereia.
Levanto-me…
Não
mais estou aqui…
Além
do Mar…
Estou
no Sol… Na penugem das aves… No grasnar das gaivotas…
No
azul dos céus e nos raios da mãe Lunar…
Milhares
de quilômetros… percorridos como se nada fossem…
Outros
milhares, ainda por vir…
E sempre que paro para pensar, já os meus pés
desejam partir.
No
som das gaivotas. Divago.
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