"Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal!”
Genesis 3:22.
Um dos grandes mistérios da Santa Igreja, e da assim intitulada Fé Cristã, onde Elhoim (DEUS me Hebraico, ou na tradução à letra, DEUSES), à data de expulsão
de Adão e Eva, após o tão conhecido episódio novelesco de nome “Pecado
Original”, que nada mais é, do que a obtenção do conhecimento da
existência do bem e do mal, alude claramente a Outros como Ele.
Ora, se tomarmos em atenção, ao que explicam as Escrituras, os Anjos,
não sendo feitos à imagem de Deus, rapidamente são excluídos da equação.
Outra explicação, dada por estudiosos das já mencionada
Escrituras, sejam elas na sua forma “original”, hebraica, ou na versão
Novo e Velho Testamento, é a de que, nesta frase, Elohim, refere-se à
Santa Trindade, (o Pai, o Filho, e o Espírito Santo, explicação esta que
perde o sentido, tomando em conta que o Filho, só mais tarde aparecerá
nas Escrituras, sendo assim, se entendermos a Bíblia dentro do contexto
“real”, Moisés, o suposto escritor da Genesis, não tinha, à data, ainda
conhecimento do FILHO, sendo então, para ele, impossível, traduzir as
suas “visões”, como pertencentes à Santa Trindade.
Contudo, esta
frase, mesmo assim, não prova concretamente que Deus falava com alguém,
pois podemos entender que, não havendo outra forma de passar a ideia de
que o homem, ao obter o poder de distinção entre bem e mal, torna-se
assim, senhor das suas próprias decisões, Moisés adopta esta forma de
expressão. Contudo, a própria mensagem, seja no plural, seja no
singular, é, por si só, contraditória, visto que, aquando da Criação,
Deus dá a Adão o Livre-arbítrio, privilégio que recusa aos próprios
anjos, mas mesmo assim, permite-lhes a rebelião, o que viria a ser
provado por Lúcifer.
Ora, como eu entendo, é necessário um acto de
escolha, análise de uma situação, e balanceamento de prós e contras,
para se haver uma rebelião. Sendo assim, como é possível que aos anjos
Tenha dito que o Livre-arbítrio era apenas privilégio do Homem, (neste
caso, Adão e Eva), quando claramente, não era?
Acredito
piamente, que, entre os muitos paradoxos, e contradições de proporções
gigantescas, que a Bíblia tem, mesmo quando completa com os Manuscritos
do Mar-Morto, esta frase; “Um de Nós…”, é sem sombra de dúvida, uma das
mais enigmáticas, devido à sua estranheza e clareza. Elhoim refere-se a
outros como Ele, e por mais explicações que se dê, a frase continua a
ter o mesmo contexto; “Nós.”
Miguel Vieira
19-11-2013 / 02:29
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