quinta-feira, 25 de maio de 2017

Espero. 
Neste que já não é o meu tempo.
Uma palavra,
Perdida ao saber do vento...
Uma rosa que morre de fé. 
Espero.
Que me pintes um quadro 
No meu corpo já não o é. 
Ansiosa, ferverosa a delinear linhas
Que deixei de ver.
E tremo,
Num segundo feito eternidade,
Num desejo que é tão mais,
Que da boca me roubes os ais.
Pinta-me,
Aquela porta que de mim se esconde.

Diz-me onde estou. 
E se vou; para onde.

E espero tal flor que murcha
Sem água, 
Que ao correr na vida, sem destino, 
Esta me leve a mágoa 
De me ter perdido.

Carlos Miguel Vieira R
©2017

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