Oiço-vos.
Sangram-me os ouvidos.
Incapaz de me mover,
Vejo-vos,
Ego inflamado
A soltar conselhos e sorrisos.
Uma vida lá fora.
Às espreita pela janela que
Temem abrir…
Um baloiço vazio, agora,
porque se levantaram
E deixaram de brincar.
E a vossa vontade de ficar
Onde estão
É a minha vontade de partir.
E culpam-me,
Desdenhosos e de dentes salientes,
Do silencio que se me acomete
E me preenche a mente.
Ego.
Maldição dos perdidos
E das sombras que apenas enxergam reflexos
De si mesmos.
Sangram-me os ouvidos…
Não me culpem
De responder
Apenas
De tempos a tempos.
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